12/11/09

O maravilhoso imaginário de Tim Burton

Ou aqui:

Roy, o Rapaz Pesticida

Chamávamos-lhe Roy,

Nós que sabíamos da sua vida.

Por outros era conhecido como o Rapaz Pesticida.

Gostava de amianto e amoníaco,

e muito fumo de cigarro.

Só de o seu ar inspirar

daria para sufocar!

O seu brinquedo preferido

era laca de cabeleireiro;

sentava-se calmamente,

vaporizando o dia inteiro.

Nas manhãs de geada,

metia-se na garagem

e escondia-se lá atrás,

à espera que arrancasse o carro

com uma lufada de gás.

Quando Roy se pôs a brincar

com cloreto de sódio,

foi a única vez na vida

que o vi chorar.

Um dia puseram-no no jardim

para apanhar ar puro.

Roy ficou branco como cal

e completamente duro.

O último estertor da sua vida

foi penoso para o pesticida.

Quem diria que se morria

por causa da luz do dia?

A alma de Roy voou para o céu

deixando o corpo ao abandono.

E todos rezámos em silêncio

quando o vimos furar o ozono.

in A morte melancólica do Rapaz Ostra e outras estórias de Tim Burton

1 comentário:

  1. o video ta msm fixe...o gajo aind é mais feio do k no livro lol

    rubas

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