30/04/10

Quando?


Hoje surgiu nesta minha cabeça em vias de ser maravilhosa uma questão (quase) existencial.


Porque raio os Coldplay não vieram a Portugal actuar na última digressão?

Será alergia à alma lusitana ou apenas palermice?
Aceitam-se teorias.


Eu nem peço que dêem 2 a 3 concertos, um só bastava! Em boa verdade posso dizer que ainda não vai ser este ano que por cá irão passar. A digressão acabou. Findou. Foram de férias. Pronto.

E também não se sabe quando regressam. Pelo sim, pelo não é melhor ir reservando o meu lugar de acampamento junto à FNAC e ir acendendo umas velinhas em jeito de promessa!
Ou se calhar não. Porque fanática, fanática só sou de mim mesma mas de uma forma saudável (não se preocupem)! De tudo o resto posso dizer que gosto ou amo, não gosto ou odeio. E eu gosto de Coldplay e quase que chego a amar alguns dos seus hinos.

Agora oiçam a música. Toda. Desde o início até ao fim. Não vale fazer batota. Se já conhecem (que é o mais provável) oiçam de novo. E não se esqueçam de a repetir até a exaustão.


28/04/10

Coisas de que gosto muito mas que me deviam ser proibidas!



Sabem quando nos deitamos numa cama ao fim da tarde e assim, como por artes de magia, fechamos os olhos e só os abrimos umas 2 horas depois? Pois... Nem foi uma soneca foi praticamente uma noite de sono!

O pior (ou o melhor), depende do ponto de vista, é que quanto mais durmo mais quero dormir. É que me sabe tanto, tanto!

Resultado: Depois fico acordada até às 4h da manhã a contar carneirinhos e arregalada a olhar para o tecto. Ainda tento acordar a minha irmã (para me fazer companhia nesta minha penitência) que muito depressa me faz o favor de relembrar de que àquelas horas todos nós somos umas feras se alguém nos tentar acordar!

Nestas coisas de castigos quase divinos gostamos sempre de arrastar alguém connosco. Uma companhia, vá lá... E com uma irmã ali ao lado quem não cairia em tentação (ou seja, acordá-la)?Tenho lá culpa de partilhar o quarto com uma irmã que dorme a noite toda, toda, todinha sem nunca ter uma noite de insónia sequer?! Isto parece ser inveja mas não é, acreditem. É mesmo indignação!

E vá que não telefonei ao meu namorado porque senão era muito pior!

Um dia levei esta coisa de ficar sem uma pinga de sono ao extremo. Pûs-me a arrumar as minhas bijuterias e só não arrumei o meu vestuário porque, muito provavelmente, a minha irmã não se iria ficar por palavras, passaria às acções.

Sonecas ao fim da tarde é do pior. Ao contrário do que dizem por aí! Ganhamos-lhes o gosto e depois, quem o tira?

Há por aí mais algum "sonecodependente"?

27/04/10

Mar, sol e eu.

Hoje apeteceu-me mergulhar no mar e por lá ficar um bom bocado... Adoro sentir o meu corpo a flutuar sobre a água e com o calor que está nada mais seria tão perfeito.

Eu quero! Quero água. Quero água salgada a percorrer o meu corpo. Falta-me é coragem. O objecto da minha cobiça deve estar mesmo gelado. Para a próxima enfio o pézinho no mar mas só o pé! Não vá eu me arrepender rápido.

Até lá fico com "Underwater love" desejando que o Verão venha rápido. E com ele o mar, o sol, as noites quentes e tudo o resto...

Esta é a música do meu Verão que me acompanha já há muitos Verões. Para mim ela personifica tudo o que esta estação que se aproxima é. Os sons, principalmente, transmitem calor, leveza, relaxamento, sensualidade... Sabem, eu adoro a Primavera mas o Verão é que é!!!

25/04/10

Entre o sol e a revolução

Hoje, por cá, tivemos um dia lindo. Quente, cheio de sol, sem nuvens... Enfim, um dia digno de Primavera. Aproveitei para passear e "torrar" numa esplanada de um café. Algures entre os meus (milhões) de devaneios saíu-me isto (pode-se dizer que é uma espécie de homenagem ao dia de hoje):


O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi uma revolução. Hoje ele é apenas uma multidão.

O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi liberdade. Hoje ele é facilidade.

O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi um hino. Hoje ele é só mais uma canção.

O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi cravos que ditaram a mudança. Hoje temos os cravos mas não temos mudança.

O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi o fim e o início de uma mesma história. Hoje é só mais um feriado.

O vigésimo-quinto dia do mês de Abril já foi "O" dia. Hoje é só mais um dia.


O 25 de Abril de 1974 foi intenção, vontade, querer, poder, organização, vozes, flores, militares... Agora em 2010, o 25 de Abril, é orgulho para alguns, esquecimento para outros.

23/04/10

De devaneio, em devaneio enche a Só Avulso o pensamento.


Vocês já deviam saber que volta e meia lá apareço eu com uns devaneios sobre vestidos. Se não sabiam, agora sabem. Desta vez foi Ellie Saab (quem eu jurava a pés juntos ser uma mulher por causa do nome) que me arrebatou com a colecção "Spring 2010".

Este vestido é mais um que eu juntaria com muito prazer à minha "colecção". Sendo que a minha colecção é muito mais modesta (principal fonte é a Zara e afins). Um little black dress não só não compromete, como também não passa de moda. Sempre elegante é um excelente complemento a qualquer "colecção".
Adorei esta combinação! Tudo nela diz-me "tenho que encontrar uma costureira com mãos de fada, urgentemente!"
Outro clássico com um corte muito giro.
Normalmente não sou fã de vestidos vermelhos mas este é a excepção à regra! Adorei o corte. Perfeito.
E esta túnica/ vestido?! Uma destas nesta Primavera fazia milagres até pelo Verão fora.
Este vestido é "bem comportado". Ideal para irmos a um baptizado ou casamento. Enfim ideal para irmos elegantes e bem vestidas sem ofuscar os anfitriões.Este é a perdição. Quase que já me vejo nele numa noite quente de Verão pronta para dar uns pézinhos de dança. Quase, quase. Malditos euros!
Este seria um objecto de colecção uma vez que não teria hipótese de usá-lo, a menos que quisesse dar mesmo nas vistas. Sim, não costumo ir a eventos red-carpet. E este vestido é perfeito para essas ocasiões.
Este enche-me as medidas. Pena que se o comprasse o que ficava vazio eram os meus bolsos.
Quero! Quero! Quero!

Quero MUITO! Acho que vou fazer uma birra. Será que alguém me ouve? Bis. A cantilena das duas últimas imagens repete-se também nesta. Acho que chegamos ao refrão! Vá todas a cantar comigo: Quero, quero, quero... lálalá!
E eis um grande final apoteótico!
Perfeito para brilhar e lindo de se ver (suspiros)!

E pronto! De maneira que era isto que vos queria dizer hoje. Uma mulher não é de ferro. Tantos vestidos metidos dentro do armário a gritarem por um banho de sol, todos reprimidos (e a dona também) porque o tempo teima em oscilar! Não me atrevo a sair de casa com as pernas de fora para depois levar com umas nuvens carregadas de chuva!
Com tanta repressão acabo por me deliciar com os desfiles de moda internacionais porque lá parece que está sempre calor. Depois começo a sonhar acordada e dou por mim a correr para a janela na esperança de que o tempo esteja mais primaveril para constatar, de imediato, que por cá continua igual. Frio. Ou então sou eu que sou muito friorenta, vai-se a ver é isso.




22/04/10

Nós somos balanças


Quando encontramos alguém começamos por perguntar: Está tudo bem?

Ao que a outra pessoa responde: Está tudo mais ou menos...

Quando me dão estas respostas (sendo que a maior parte responde assim) fico sempre com umas enormes reticências no meu pensamento. Apetece-me perguntar: "E então estás mais para mais, ou mais para menos?". Porque nisto do "mais ou menos" há sempre um lado para onde pendemos mais.

Daquilo que penso, nada digo. Até porque se a conversa se prolongar o "mais ou menos" depressa se dissipa, transformando-se num "mais" ou num "menos". Ou se está bem, ou se está mal. Ou estou bem porque, apesar de alguns contratempos, a vida corre-me de feição, ou estou mal porque as coisas boas da minha vida não compensam as más.

Esta coisa da indefinição chateia-me verdadeiramente. Acho que ninguém diz que gosta "mais ou menos" de uma pessoa. Ou gosta ou não gosta. Nem dizem que gostam "mais ou menos" de sopa. Ou gostam ou não gostam.

É surpreendente como em algumas áreas da nossa vida estamos tão bem resolvidos e noutras uma simples pergunta ("como estás?") desperta tanta indefinição. Tudo isto só revela como somos seres tão insatisfeitos. Nunca estamos felizes com aquilo que temos. Por isso, mesmo que tenhamos/sejamos tudo o que queremos, nunca estamos bem. Achamos sempre que podemos ter mais, ser mais, que a felicidade ainda está muito longe. É a vergonha em se admitir a verdade. É o medo de se expor. É a teoria do "mais ou menos".


E vocês, tudo bem convosco?

20/04/10

Já entupias, não?

Quem diria que um vulcão, um simples vulcão, iria enlouquecer tanta gente? Iria virar do avesso tantas vidas? Iria, só porque lhe apetece, lançar o pânico nos aeroportos europeus?

Oh Eyjafjallajokull que tal adormeceres de novo por uns bons 1000 anos? E que tal arranjares um nome mais normal como aqueles que dão aos furacões na América e afins?!
Arranjem mas é uma maneira de pôr a bela adormecida (agora desperta) com uma prisão de ventre vitalícia! A ciência/ tecnologia dos tempos modernos não arranja resolução para todos os nossos problemas? Pois, diz que sim. Então caros cientistas, e demais companhia, arranjem maneira de entupir a fera! Acho que não é pedir muito, pois não?

Agora só resta saber quem acordou a Bela Adormecida e se este conto de fadas de muito mau gosto vai ter um final feliz. A ver vamos, se não começar a cheirar a esturro primeiro.

19/04/10

Nova música

Hoje andei a ouvir esta música da Katie Melua. The Flood. Ou melhor andei a ouvir o que o meu irmão estava a ouvir e quando dei por mim estava a cantarolar. Gostei e quase, quase que o meu irmão me convenceu a assistir ao concerto no Campo Pequeno. (Fica para outros carnavais maninho! Combinado?)

Gostei desta frase:
"Broken people get recycled
and I hope that I will. "

E é verdade. Depois da tempestade vem a bonança. Depois de cairmos e de sermos magoados reciclamo-nos (fazemos do velho novo). Faz parte desta reciclagem a superação, a coragem, a esperança. Reinventar. Renovar. Surgimos mais fortes e com mais fome. Fome de vida.

Alguém esfomeado por aí (ou seja, com um desejo enorme de viver e um amor incontrolável pela vida)? Espero que muitos, a contar comigo também, claro!

Concorrência desleal

Foto de Annie Leibovitz

Estive a arrumar os meus trapinhos. Sim, que ultimamente o meu armário mais parece um campo de batalha. Agora está tudo (quase) no seu devido lugar. Quase, porque daqui a uns dias, as roupas vão começar de novo a ganhar perninhas. É que elas mudam de lugar ou simplesmente desaparecem (ainda que temporariamente)... A este fenómeno, aparentemente paranormal, dá-se o nome de "Maninha". Ela é perita em magia. Desaparece e faz aparecer as minhas roupas.

E eu que pensava que era a única especialista em fazer "magia" cá por casa. A mãe já o tinha confirmado (sim, eu assalto o roupeiro dela!)... Agora tenho concorrência!

17/04/10

Descubram a diferença

Olhem bem para esta imagem.

Descubram o que tem de diferente.



É também inovador.

Descobriram?

Para quem disse sim, eu digo: "Não é uma ideia inteligente?"

Para quem disse que não/ esta deve estar louca, eu digo: " Não, não é loucura. É o bambu!"

E se mesmo assim não perceberam, eu explico (que é para não complicar mais):

Atentem no quadro, nome mais técnico para aqueles tubos que suportam a bicicleta, não são feitos de metal mas de bambu! Esta é a primeira "Bamboo-Bike" criada lá para os lados de Berlim. Ao que parece o bambu tem mais utilizações para além de ser o alimento favorito do panda e um dos meus ingredientes favoritos na comida chinesa! As coisas que se aprendem...

E viva o bambu! Não sei é se será tão resistente quanto as bicicletas normais logo, acho que tão cedo não andarei me cima de uma até porque, ainda, não sei andar. Eu e o bambu damo-nos bem só assim: ele no prato (cozidinho e assim) e eu a comê-lo!

15/04/10

A lição de hoje


Imaginem o samba como som de fundo e uns quantos a palitar os dentes, enquanto umas morenaças se abanam até cair para o lado. E imaginem um refrão a repetir-se quase ao infinito. Ah e não se esqueçam de uns belos copos de cachaça à mistura!

O resultado?
"Se liga na moral, abre o olho, quem vai pela cabeça dos outros, menina, é piolho!"

Descriminar só o piolho e deixar a lêndea, essa sobrevivente sedentária, suspirar de alívio e deixá-la propagar o Império do piolho é ser cego ou ter só um olho, segundo o refrão! Deixo-vos, por isso, um aviso:

Não culpem somente os piolhos de Portugal (a maior parte saltita dentro e fora do governo, dentro e fora de várias grandes empresas) temam e culpem também as lêndeas, os "filhotes" dessa gente (que são os espiões que os piolhos deixam para trás), que andam a aprender as artimanhas para serem brilhantes piolhos no futuro!

Lá por Terras de Vera Cruz, embora a muito custo, começam a aprender esta vital lição, em Portugal é tempo de a intrometer nos nossos costumes, só que em vez de um belo samba temos um belo fado. Deixem as guitarras soar. Ou o samba.

Vejam este vídeo e descubram que afinal as lêndeas também mamam (e eu que pensava que eram só os piolhos)! Pode ser que um dia apareça alguém assim (como a deputada que vão ver no vídeo) no nosso país, no nosso parlamento e dissesse muitas e boas verdades que envergonhasse muitos e abrisse os olhos de alguns!



14/04/10

O que me faz perder o tino - Parte II


Objectos voadores identificados (e facilmente identificáveis)

1ª situação:

Imaginem que vão alegremente a passear pelas ruas da vossa cidade quando, de repente e com uma velocidade atroz, levam com a descarga matinal de um pombo em cima do ombro. Das duas uma: ou tentam estrangular o passaroco (muito pouco provável uma vez que ele tem asas e nós não); ou tentam ser discretos e dirigem-se calmamente para o WC mais perto, esperando que o badalhoco do pombo se esvaia em diarreia.


2ª situação:

Desta vez estão num belo de um jardim público deitados sobre a relva a namorar. Ouvem-se os pássaros a chilrear lá bem longe em cima das árvores.
Todos sabem que em fins-de-semana e feriados há muitas criancinhas cujos papás decidem levá-las para um lugar onde possam saltar e correr sem destruir nada que lhes faça falta, logo existem bolas, muitas bolas de todos os tamanhos e a voar em todas as direcções. Por conta disso o inevitável acontece: vem uma bola já em velocidade cruzeiro, já com o destino traçado. O seu destino é dar-nos cabo da cabeça. E zás! Levam com aquele objecto de tortura na cabeça e ficam tão zonzos que nem sabem para onde é o mar.
Assim sendo têm duas hipóteses: Depois de recuperados pegam na bola e atiram-na ao cão que estiver mais perto e que se encarrega de a furar (sim, porque onde há criancinhas existem cães e vice-versa); ou então entregam a bola ao monstrinho com uma cara de "se mandares a bola de novo para aqui mordo-te!", esperando que a bola fique presa no topo de uma árvore ou que se fure instantaneamente!


O que é que se segue?! Levar com vasos de flores, baldes de mijo (há tarados para tudo!), teclados e ecrãs de computadores , eu sei lá! Só espero é que a evolução nos faça nascer um terceiro olho no topo da cabeça e que funcione como um escudo corporal contra esses objectos de tortura!

13/04/10

Um destes em todo o lado

Saiam da frente! Saiam da frente!

Porquê?!

Por isto:

Ainda há dúvidas?

Seja pelos peões ou pelos condutores incautos, a verdade é que um sinal destes em cada esquina nem sabem o bem que nos fazia!


Pode ser que nos fizesse pensar duas vezes antes de, como peões, por um pé fora da passadeira ou atravessar em lugares com pouca visibilidade; ou como condutores nos fazer ver que acelerar num amarelo já furando um vermelho (entre outras coisas) pode ser fatal para nós e para os outros. Chocar para despertar consciências, em determinados problemas, é o único lema que funciona.


12/04/10

The Sound of Music

O essencial é ter a Música no Coração.

O resto, olha, o resto é pimbalhada!

Até que este flash-mob está cativante apesar de este tipo de intervençao começar a ficar banal. Gostei do toque diferente que deram ao "Dó, ré, mi".

Só para que conste eu adoro tudo o que seja musicais. E este ultimamente não me sai da cabeça. Música no coração.

11/04/10

Era uma vez a Certeza...


Às vezes penso no que está para além do futuro. Quanto mais penso menos certezas pareço ter. Nem gosto de certezas. As certezas são traiçoeiras. As dúvidas deixam-me alerta.

Não quero ter certezas. Elas doem na alma. Elas corrompem-me. Elas desiludem. Fazem esquecer o futuro. É como plantar uma árvore de fruto que nem frutos nos dá. Dá-nos ramos e folhagem. Desmaia no Inverno e seca no Verão.

A certeza é um faz-de-conta.
A certeza é uma mentira.
A certeza não existe.

Certezas? Não. Existem convicções. Teorias. Boatos. Rumores. Lendas.

Existimos nós e a dúvida. E nem por isso somos menos que a certeza. Juntos somos mais.

E era uma vez a Certeza... A esperança de a ter era tudo, tudo o que a dúvida não permitia.

10/04/10

A primeira vez no Paquistão

E perguntam-se vocês o que é que a primeiríssima Semana da Moda no Paquistão teve para oferecer?

Entre muitas outras coisas estranhas (para não dizer horrendas) viu-se disto:


Para dar aquele toque final e inconfundível só faltou desfilarem algumas modelos com metralhadoras e outras com bombas enroladas ao corpo... Ok, ok sou mázinha, não sou? Pronto, nem tudo foi muito mau. A maior parte foi só mau e um ou outro suficiente.

Nada que se compare à Semana de moda em Paris ou em Nova Iorque... Algo me diz que no Paquistão, pelo menos, não se vão ver partes privadas (mamocas e afins) ao léu nas passerelas assim tão cedo.

O que interessa é começar. E para elas -as mulheres do Paquistão- este já foi um grande passo para alcançar um pouco mais de liberdade. Um grande passo para o Paquistão, um pequeno passo para o resto da humanidade.

09/04/10

A odisseia dos pequeninos


Quando eu era pequenina,

fingia que entendia os livros da minha mãe, aqueles ilustrados, que falavam sobre gravidez e outros tantos que tirava à socapa das estantes, todos com belas posições a puxar para o sexual. Eu olhava para aquilo como quem olha para um elefante a voar. Não percebia. Fingia que entendia mas tinha a certeza que aquilo não existia. Eram as brincadeiras dos adultos. Um faz-de-conta vá lá!

Aos cinco anos o que é que se pensa? Que os adultos são estranhos. Fazem brincadeiras estranhas. Eles também falavam sobre coisas estranhas.

Falavam sobre dinheiro, problemas deles e dos outros, falavam sobre viagens, falavam sobre os vizinhos e com os vizinhos. Eu que fingia perceber só para poder ser levada mais a sério, na verdade, não percebia. Não falavam de bonecas, nem de brincar às casinhas, nem engendravam planos para se enfardarem de doces. Eram estranhos.

Ainda por cima, às vezes falavam de mim. Como se eu fosse tema interessante o suficiente. A verdade é que era e se era! Era a menina que hoje fez uma birra, era que ontem não comeu a sopa toda, era que estava com prisão de ventre...enfim. Eles é que a sabiam toda. Quando queriam que eu deixasse de ouvir as suas conversas, porque elas iam começar a ficar mais picantes (entenda-se que o tema era sexo), começavam a falar de mim e esta era a única forma de me verem "desamparar a loja". Pensavam que eu ia embora mas ficava atrás das portas a escutar. É feio eu sei e já na altura sabia mas fazia na mesma. Porquê? Porque eu já sabia que se eles me mandavam embora, ainda que indirectamente, era porque iam contar coisas que eu não podia ouvir, logo, para mim, eram coisas vitais à minha sobrevivência. E foi assim que percebi, aos poucos, as imagens que via naqueles livros proíbidos. Só me lembro de pensar: "Que nojo! Não quero ser grande, Eles são estranhos."

A verdade é que do topo das minhas certezas eu sabia que um dia eu iria crescer. Ia ficar estranha, igual a todos os grandes que me rodeavam e que estranhamente gostavam de apertar as minhas bochechas até as deixarem vermelhas e doridas. As tias principalmente. Eu ripostava com um belo de um beliscão nas pernas dessas senhoras e a minha mãe terminava com uma bela repreensão, seguida de uma palmada no rabo.

Hoje cresci, sou adulta embora, às vezes, não pareça. Faço as coisas que os adultos faziam e já não acho nojento. Dou por mim a pensar que os pequeninos de hoje (grandalhões de amanhã, futuro, quiçá) me devem achar estranha, como eu um dia também achei.

Hoje que sou como aqueles seres estranhos e crescidos, adultos dizem, ainda me "apertam as bochechas", sem as apertarem verdadeiramente. E ainda dou beliscões, sem beliscar de verdade. A minha mãe ainda me repreende já sem as palmadas. Aprendi que os adultos quando querem magoar outros adultos, ou simplesmente os irritar, não apertam bochechas, nem dão beliscões com as mãos fazem-no com as palavras porque elas são mais eficazes.

Sabem o que eu acho: Que talvez os pequeninos até tenham razão. Talvez nós somos mesmo estranhos.

07/04/10

Dose semanal de fofura

Quem quer adoptar um porco? Um mini-porco?

Já ninguém quer ter um porco à séria. Daqueles grandes e rechonchudos com cara de poucos amigos. Já não se fazem porcos como antigamente, quer dizer até se fazem mas esses vão direitinhos para os talhos e nós nem lhes vemos a "verdadeira" côr.

Agora parece que ter porquinhos de estimação, miniaturas dos originais, é que é a nova moda entre os ingleses e a epidemia ameaça espalhar-se talvez até Portugal, quem sabe?! Quando a moda passar pode ser que juntamente com os cães vamos encontrar mini-porcos a deambular pelas cidades, ou então a serem transformados em presunto...

Eis o bicho em questão:

Até são fofinhos. Eu própria tive um ataque de ternura quando os vi e "delirei" quando soube que não cresciam mais. São como um cachorrinho parado no tempo.

E por falar em cães imaginem que eu até adoptava um destes porquinhos-maravilha e o meu cão, o Faísca, (e quem diz o meu cão diz outro cão qualquer), que não é vegetariano olhava para a sua nova companhia como sendo um belo de um presunto, um suculento fiambre ou um ossinho bem divertido de se roer... Resultado: Carnificina.

Agora sendo menos dramática. Na melhor das hipóteses cheiravam-se um ao outro e as coisas ficavam por aí...

É caso para dizer: Quem tem medo do lobo mau, lobo mau... Em Portugal há muitos, logo acho que os porquinhos-maravilha tão cedo não se mudam para terras lusitanas.

O que me faz perder o tino - Parte I

(desatinar, isto é)

Não gosto de cuspidelas. É vê-las no chão, nas paredes, nos lenços deitados ao chão... Para muitos o lema é: Cuspo, logo existo.

Fazem daquelo acto, o de cuspir, uma sinfonia de sons e expressões faciais. A nível fonético ouve-se sempre mais ou menos a mesma coisa, acho eu que é universal. A intensidade do som é que varia.

As cores variam numa paleta de cores algures entre o branco e o esverdeado. Depende do quão profunda é a sua origem. Há cuspo e cuspo, e depois, o escarro (mais não digo)!

O que não é universal é a má educação (ainda bem!). Há quem faça desse acto uma coisa menos pública e exposta. Não deixa de ser nojento mas é mais limpo. Que bom seria se não andassem por aí pega-monstros em todas as esquinas deste país...

Espero que não estivessem a comer enquanto liam este meu desabafo. Espero ainda que não tenham vomitado depois de o lerem.

Se ao lerem soltaram um "Eh, que nojo!", vejam pelo lado positivo. Pelo menos eu não pus um monte de fotos a ilustrar as minhas afirmações.


Posto isto, agora já podem ir vomitar (se ainda não o fizeram)! À vontade.


P.S.- Obrigada por todas as vossas sugestões de temas para explorar. Obrigada ainda por todas as vossas palavras sinceras.

06/04/10

E agora?

O que escrever depois do último post, o mais íntimo que alguma vez publiquei neste blog? Fico pensando que tudo o que escreva a seguir não vai estar suficientemente à altura. Tinha que fazer esta homenagem ao meu avô. Imortalizá-lo.

Eis que depois lembro-me dos meus objectivos ao iniciar-em neste blog e que estão mencionados aqui: http://soavulso.blogspot.com/2009/09/boa-noite-ou-bom-dia-como-quiserem.html . Agora já sei. Vou continuar a escrever. Sem temas pré-estabelecidos. Sem regras. Vou escrever porque isso me faz sentir mais viva.
E se alguma vez tiver mais dúvidas cá estarão vocês para me relembrar. Aqueles que por cá passam e deixam os seus pensamentos. A freguesia cá da casa.
Estou mas é com uma crise de inspiração, é o que é! Algumas sugestões?

04/04/10

Bate leve, levemente como se de uma memória se tratasse


Nasceste Homem. Daqueles que têm as botas marcadas com terra, as mãos calejadas e as roupas salpicadas de tinta.

Foste pintor e viveste da terra, dos frutos do teu suor.

Apadrinhaste-me e desde então fui sempre a primeira.

Tinhas as mãos ásperas e grandes. Apertavas as nossas mãos como quando manejavas a enxada e sorrias.

Caías facilmente mas nunca te magoavas.

Prometeste-me um vestido branco para casar. Quando eu casasse. E querias bisnetos.

Eu não me casei. Nem te dei os bisnetos. Ainda.

Tinhas orgulho na terra e aquilo que dela colhias era nosso. Teu.

Era ver-te numa ansiedade mal as uvas despontavam, como se de mais um filho para nascer se tratasse.

E regalavas-te com um bom copo de vinho, feito com as tuas uvas. Nem paravas no primeiro.

Depois paraste. Ficaste-te pelo primeiro.

O cigarro também parou aos poucos. Não devias.

Não sabias ler e nem precisavas. Entendias o sol, a lua e as estrelas. A matemática e a terra. E sabias pintar. E rezavas histórias.

Falavas muito. Só. Numa solidão que não se percebia.

Os cabelos eram brancos. Ultimamente eram todos brancos.

Em tempos foram negros. Depois cinzentos, depois brancos.

Foi quando os teus cabelos se tornaram brancos que tomaste uma decisão e nesta idade as decisões são para o resto da vida. Podem ser as últimas.

Depois caíste e levantaste-te uma só vez.

Viveste da única forma que sempre te ensinaram. A terra chamava-te e tu ias.

Depois a terra chamou-te e tu não voltaste.



Este és tu, visto por mim. Agora que o tempo passou consigo ver-te com mais clareza. Foste Homem. Pintavas. Erguias montanhas. Eras o meu avô.


03/04/10

Porque não?

Sim, creio.

Sim, quero.

Sim, posso.

Sim, vou.

Sim, faço.

Talvez faça aquilo que esperas que faça. Talvez diga aquilo que esperas que diga. Talvez um dia até te diga a verdade.
Quantas vezes já dissemos que "Sim" por pura conveniência, por não querer arranjar problemas quando o que nos apetecia era dizer que "Não" (e vice-versa)?

Tantas, não é?

Dizer Não/ Sim com convicção. Sem medo de ser contrariada. Eu nego-me a concordar por ser mais cómodo e menos incomodativo. Nego-me a estar sempre a sorrir afirmativamente mesmo que dentro de mim se erga um grande ponto de interrogação (ou exclamação) seguido de um grande NÃO.

Ah e não, não sou do contra. Sou conforme. Conforme aos meus ideais e valores, e estes não são Sim nem Não, são meus e basta.

01/04/10

Mau, mau


Este foi apenas mais um dia. Um dia mau. Muito, muito mau.

Apeteceu-me amarrá-lo. Domá-lo. Escondê-lo do mundo. Pensei em ameaçá-lo com uma tesoura!

Fiquei desesperada.
Foi apenas A bad hair day (Como se isso fosse pouco!).

As coisas que um cabelo desgrenhado, indomável e que parece ter vida própria nos faz. Depois quando vi estas fotos é que dei graças pelo meu cabelo só ser mau para mim às vezes. Não ser um chato crónico. Daqueles que parecem não ter remédio. Daqueles em que a máquina zero seria a única solução.

Meu querido cabelo esquece tudo o que te disse hoje, tudo o que te fiz hoje. Estás perdoado!