27/08/11

Reconhecimentos


Isto das pausas que não são pausas e sim ausências tem piada, a sério que tem. Prometo a mim mesma que são só uns dias em que me descolo do blogue e acabam por ser meses. A sério que tem piada, a sério. Ou se calhar, nem por isso.

Retornei a emissão só para comunicar (entusiasmada e aterrorizada tal qual uma jornalista que transmite uma notícia em primeira mão, enquanto está no meio de uma guerra civil) que a minha habilidade para "fazer filmes", passar do 8 ao 80, exagerar ao ponto mais catastrófico que possam imaginar, imaginar mil e um desfechos para um único fim, não é exclusivamente minha.

A Amélie, sim, aquela com um destino fabuloso, também padece do mesmo transtorno maravilhosamente ridículo. Ora vejam: "Nino is late. Amelie can only see two explanations. 1 - he didn't get the photo. 2 - before he could assemble it, a gang of bank robbers took him hostage. The cops gave chase. They got away... but he caused a crash. When he came to, he'd lost his memory. An ex-con picked him up, mistook him for a fugitive, and shipped him to Istanbul. There he met some Afghan raiders who took him to steal some Russian warheads. But their truck hit a mine in Tajikistan. He survived, took to the hills, and became a Mujaheddin. Amelie refuses to get upset for a guy who'll eat borscht all his life in a hat like a tea cozy." Resultado: óbvio nada disto se concretizou. No filme daí a nada ele (o Nino, a paixão de Amélie) toca na campainha.

Ai os filmes, há alguma vaga de argumentista por aí?

18/07/11

Terão os anjos voz?


Angelical. Alma. Acima das nuvens. Dentro de nós. Divinal. Pureza. Leveza.
O divino aqui tão perto. Nosso fruto, incompreendido por todos. De tão profundo nem o reconhecemos como sendo parte de nós.

Como partir do material para o celestial numa questão de segundos?

A resposta a essa imensidão, AQUI.

23/06/11

Somos pequeninos


Embrenhados nas nossas "pequeninas" vidas, nos nossos pequenos dilemas egocêntricos esquecemos que além, bem além da linha do horizonte, existe muito mais do que aquilo que pensamos, ou sequer imaginamos, existir. Esquecemos que além, bem além do céu e das estrelas e a milhões de anos-luz paira um infinito desconhecido... Focamo-nos em nós, nós, "os pequeninos", que ainda acreditamos ser o centro do universo.

Andamos todos concentrados em dilemas tão diferentes uns dos outros mas, no fundo, todos procuramos o mesmo.

A explicação AQUI.

21/06/11

E bastou uma noz para mudar o mundo


Querem uma explicação (ainda mais) lógica para a disposição dos continentes e estado do atual mapa-mundo? Querem ver que andamos enganados este tempo todo? Afinal foi tudo culpa de um pequeno maluco. Ora, então deliciem-se com ESTA explicação.

20/06/11

Uma valsa da qual também faço parte


Num frenesim constante entre as flores elas, as pequenas abelhas, pulam. Levemente envergonhadas e com algumas cócegas de tais pequenos pés abanam-se as flores com risinhos, quase murmúrios. Entre elas engendram planos para brincar com os pequenos voadores, eis então que num ápice libertam pequenos filhotes, grãozinhos ainda.

Esses filhotes ao longe fizeram alguém espirrar. Ai a Primavera... Ouçam os seus sons e os espirros são um deles, juntamente com os zumbidos, o chilrear e o doce vento. Esses grãos, filhotes de belas flores, são carregados por pequenas abelhas que decididas fazem cócegas nas pétalas rosa, laranja, amarelas e vermelhas daquele jardim.

Tudo isto sob um céu azul onde levemente flutuam pequenos molhes de algodão doce. Por baixo desse mar inverso louras searas deixam o vento nelas provocar ondas harmoniosas.

Pequenas abelhas, belas flores, espirros sonoros e louras searas fazem parte de uma valsa e fazem parte da banda sonora da minha vida por estes dias. Ora ouçam lá tamanha beleza e deixem-se contagiar pelos sons da primavera (ouvir aqui).

18/06/11

Ainda acerca do tempo e sobre o post anterior...


Esta pequenina história completa na perfeição tudo o que disse no post anterior.

Este blogue, esta estranha forma de vida, permite-nos descobrir o nosso interior através da visão do seu autor. Pensamentos e palavras que gentilmente nos tocam e preenchem, que nos fazem refletir, que nos fazem interrogar sobre a nossa própria vida e o modo como vemos o mundo. Um blogue que nos faz despertar de uma vida "normal" para uma outra vida mais preenchida e, felizmente, desigual. Tudo segundo os olhos do seu autor que com a sensibilidade mais apurada faz-nos embarcar num mundo infinito de possibilidades.

Estas palavras parecem-me pouco para descrever a tamanha humildade e sabedoria com que partilha os seus pensamentos com o mundo... Se o lerem perceberão aquilo de que falo por isso, toca a lê-lo!

Tempo, que me dizes tu a um dia dares a cara?


Tem dias que não são dias
Outros que parecem uma eternidade
Tantos dias parecem segundos
Alguns passam por nós como sombras
Há dias que não nos pertencem, todos são assim.

Certo é que nós passamos pelo tempo.

16/06/11

Mais um vestido


Hoje, dia ensolarado e pleno de raiozinhos de sol, vesti-me de amarelo. Mais exatamente assim como podem ver na imagem abaixo.

Vesti-me de amarelo a ver se o sol se compadece de mim e faz-me o favor de me dar algum bronzeado, ou não, que eu não ligo nada a essas coisas. E ser branquela é o que está dar, pelo menos para mim que não tenho outro remédio senão ser branquela e resigno-me a apanhar um escaldão de cada vez que ponho o pêlo, que se parece com pele, de fora.

Há quem não goste de amarelo, há quem adore o amarelo, há quem nem lhe faça a mínima comichão esta questão. E há aqueles como eu que não são preconceituosos com as cores. Hoje amarelo, amanhã rosa-choque quiçá. Não me ponham é determinadas tonalidades de roxo à frente que eu não simpatizo muito. Pronto, já sei o que pensam. Mas sabem? Vi agora nas notícias e diziam que num estudo recente descobriram que o roxo não é uma côr, logo safei-me de boa (eu e a minha imaginação!).

Pronto, imaginação e brincadeiras à parte, vou mas é absorver mais um pouco de sol. Amarelo é o sol, amarelo é o meu vestido... Lá lá lá. Ai que já oiço os pássaros como música de fundo (risos)!

07/06/11

Música que mexe os cordelinhos do coração

(Ler ao som de Beethoven)


O tempo passa

O coração sente

As mãos envelhecem

A mente desmente.

Se tudo se foi

Porque não ficas só um pouco?

De repente,

Jardins irrompem janelas dentro

Pássaros cantam belas notas

Lagos borbulham

Crianças neles se banham.

Numa reviravolta,

Daquelas do destino,

Tudo se desmorona

Nada se compõe

Sinal para começar de novo.

De novo a paz

O amor

E a vida.


O poema é curto (nem título lhe dei, deixo isso ao vosso critério) mas a melodia permanece. É tudo o que interessa.


05/06/11

Eleições, filmes... E tudo o vento levou?


Depois de ter ido votar sentei-me para ver o filme E tudo o vento levou (Coincidência ou pura ironia do destino?).

Que o filme é estupidamente longo, isso é. Não desanimem logo nas primeiras duas horas.
Que o filme acaba mal, lá isso acaba. Nem tudo tem um final feliz, pronto.
Que não nos aborrece, isso não. A não ser que estejam com uma dor de cabeça gigantesca.
Que Clark Gable e Vivien Leigh têm uma beleza hipnotizante, disso não há dúvidas. Charme para dar e, talvez, vender.
Que tudo se desmorona, ai, isso sim (atentem no título do filme). O filme parece um daqueles gráficos demográficos, cheio de altos e baixos.

Mas lá que vale a pena vê-lo, isso sim. É de uma intemporalidade e audácia incríveis. Um clássico, portanto.

03/06/11

Todos temos rebanhos mas nem todos chegamos a pastores

"Sou um guardador de rebanhos.
O rebanho é os meus pensamentos 
E os meus pensamentos são todos sensações.
Penso com os olhos e com os ouvidos 
E com as mãos e os pés 
E com o nariz e a boca.  
Pensar numa flor é vê-la e cheirá-la 
E comer um fruto é saber-lhe o sentido.  
Por isso quando num dia de calor 
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva, 
E fecho os olhos quentes, 
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade, 
Sei da verdade e sou feliz."     
                         
Alberto Caeiro

02/06/11

1º abanão do dia


A minha música do dia, e arrisco-me a dizer de todos os dias, é de Brigitte Bardot (a mulher fazia de tudo!) que dispensa apresentações, certo? Certo. Refiro-me à musa que a canta quanto à música não sei se a conhecem mas faz-me sorrir e abanar-me toda da cabeça aos pés, assim tipo pinguim. Sim, não se ponham a imaginar que danço bem, não, eu abano-me como posso, ou seja mal.

Agora toca a abanar! Com(o) esta menina .

Et moi? Moi je joue!

30/05/11

Eles não sabem mas fizeram-me muito feliz


Como resumir a palavra felicidade numa só imagem?

Apanhar Valter Hugo Mãe, Mário Zambujal e José Luís Peixoto na mesma foto, na mesma sala e a ter conversas de "Bons Malandros" (clicar aqui para ver outras fotos e resumo da conversa). E, claro, Diana Pimentel, fantástica professora, que dinamizou a conversa da melhor forma possível.
E, pronto, comigo é fácil fazerem-me feliz. Se eu pudesse atracava um pouco de mim a cada um deles e lá ia eu ser feliz para sempre, ou quase. Assim como assim tenho sempre os livros. Os livros de cada um destes escritores que são bocadinhos deles que posso atracar a mim.

28/05/11

Urgente:


Ler (e absorver) valter hugo mãe. Urgentíssimo. Como pude deixá-lo passar despercebido na minha lista de prioridades literárias este tempo todo?

E, sim, o nome dele escreve-se mesmo com minúsculas. Diz que não gosta de utilizar maiúsculas porque elas são um travão à leitura. Contudo, no próximo livro lá se renderá às maiúsculas disse ele. E falou de si, da sua infância, da forma como escreve, da oralidade presente nos seus livros, sensível é e não piegas, emocionou-se com o "nosso abraço", mostrou-se simples e humilde, apaixonado e feliz por cá estar.

Quem por aí é que já leu algum dos livros destravados deste autor? Que tal?


27/05/11

Nem um ponto. Nem uma vírgula.Um reingresso.


Hoje Mário Zambujal dizia que os livros são (como as) pessoas: têm corpo e alma. O corpo é palpável na sua capa, na sua contracapa, nas suas folhas. A alma está dentro protegida pelo corpo, verdadeiro invólucro. Protegida pela pele, músculos e ossos que protegem a essência. A essência, a alma é transmitida por hábeis mãos, sentidos pensamentos, realidades (im)pessoais que o escritor deixa fluir para um corpo, para umas folhas que uma vez abertas pelo leitor desvendam todo o sentido do ser- aquele livro, que não é um mero objecto mas, sim, uma pessoa. E, em boa verdade, diga-se que o inverso também é certo. As pessoas são como livros.

Eu, como livro que sou, gosto dos meus parágrafos, dos meus ponto e vírgula, das minhas pausas, das minhas reticências e dos meus pontos finais. E, não, não é um ponto final que vos venho dar a conhecer hoje mas um ponto e vírgula. Venho iniciar um novo capítulo, contudo a velha alma por aqui andará não tão bem disfarçada como um fantasma, nem tão pouco camuflada de nova onda. Será mais do mesmo mas com uma brisa refrescante a pairar entre palavras e temas.

Neste livro disfarçado de caderno de apontamentos em que se tornou este blogue venho, mais uma vez, fazer a, devida e ansiada, respiração boca-a-boca (já fiz soar as sirenes da minha equipa de emergência, ou seja, eu). Quero ressuscitar esta pessoa em que se tornou o meu blogue que até agora se encontrava ligado a máquinas de cuidados intensivos. Ainda estava vivo por ter outros blogues que o alimentam de esperança renovada todos os dias.

Entre a magia do átrio do Teatro Municipal Baltazar Dias e entre a envolvente Festa do Livro do Funchal reergueu-se aquele soldado literário que em mim sempre esteve, umas vezes mais adormecido do que outras. É com ele que agora regresso e com aquela brisa que sobre mim teima em pairar.

Tenho vindo a cruzar-me com muitos autores, tenho escutado as suas palavras tal qual uma discípula impaciente, tenho sentido o frenesim de mais um dia, mais um autor, mais uma conversa, mais um amor ou desamor literário coleccionados... É com essa alma provinda dessa Festa que aqui regresso com a certeza de que trago um corpo novo a este blogue e uma alma igual mas revigorada.
Vamos lá reingressar ;



15/04/11

Aqui vou eu!


Quando cheguei, com um sorriso colado no rosto e mãos enfiadas nos bolsos, antevia apenas parte do que senti. O pensamento em nada se igualou às emoções. Nem mesmo estas palavras com que irei esculpir esta minha experiência se igualam à imponência de tamanho borbulhar que senti neste meu vermelho pulsar que de verde inundou o meu corpo e a minha mente.

Subimos até ao “teu” lugar. As montanhas rodeavam-nos, o verde que se desprendia das árvores ecoava à nossa volta. Ao longe, vales serpenteavam a paisagem e em harmonia beijavam-se num gesto de paz, amor e felicidade. Algures abaixo dessas montanhas silenciosas flutuava todo o maior algodão doce que eu alguma vez vi. Eram as nuvens. “Vamos mergulhar para dentro delas?”, pensei. Ingenuamente e secretamente pensei em tudo o que lá dentro poderia encontrar.

Enquanto meditei, ainda que por breves minutos, o vento tornou-se meu aliado. Nem o frio senti se apoderar de mim… Qual frio?! Inspira, expira. “Observa a tua respiração. Observa a tua mente, sê um espectador de ti próprio.” Concentração. Algumas posturas seguiram-se. Eu e a natureza juntos naquele momento e em movimento. Foi no relaxamento que senti o pulsar da terra. O silêncio que, por vezes, pode ser ensurdecedor ali é agradavelmente familiar e apaziguador. O silêncio ligou-me a tudo o que ali senti.

Naquela pedra foi onde tudo se intensificou. Da esquerda para direita vi aquele palco ganhar sentido aos meus olhos. Eu e a natureza, por momentos nada mais existiu. Tudo interligado, eu e aquele palco divino, partes integrantes de uma harmonia que não se prende a padrões, nem a regras. Dentro de mim emergiu um profundo sentimento de felicidade. Abracei o que ali vi com o meu coração e deixei essa energia tocar a minha essência. Os olhos inundaram-se de pequenas lágrimas, não de tristeza mas por sentir todo esse fervilhar de vida dentro de mim. Afinal, precisamos de tão pouco para ser felizes e os pássaros, seres livres, completaram essa tão bela e silenciosa sinfonia de perfeição que ao meu redor levemente se instalou.

Levemente desci a encosta. Desci mais completa do que quando subi. Desci segura e com um sorriso nos olhos que ninguém poderá arrancar. As mãos soltas a acariciar os pequenos arbustos que vingam ao longo das serras. As mãos quentes e o coração também. E esta ânsia de viver e de conhecer-me que não pára de crescer. Apaixonada pela vida estou.


10/04/11

Mais do que palavras...

... isto é (quase) uma oração. Para ser lida, relida, decorada e por fim dita em voz alta, ou bem baixinho. O que interessa é senti-la cá dentro.

07/04/11

Acordei e meti os pés no chão. Voltei.


Enquanto dormia, mais uma vez, sonhei. O sonho, que comanda a vida, dizia-me para voar. Os pés amarrados à cama estavam. As mãos tentaram soltá-los e quase conseguiram mas tanta força fizeram que quebraram. Quebraram o elo de ligação que me mantinha ligada ao sonho. Acordei. Sobressaltada soluçava com lágrimas de felicidade. Afinal desde sempre que tinha a capacidade de me soltar do que me prende aqui. Agora posso voar no sonho e na realidade. E, um dia, vou mesmo ser astronauta. E vou voar.

04/04/11

Querido tio


Familiares emigrados são sempre muito preocupados*. Isto até parece o slogan de alguma campanha publicitária mas não é.

Adoro falar ao telefone com familiares (neste caso um tio) que nunca vi ou já não os vejo há uns bons 10 anos. Gosto quando começam a conversa por perguntar com quem falam- só por aqui já se vê o grau de atenção desta boa gente. Gosto quando nos fazem aquelas perguntas idiotas do século passado.
A título de exemplo: "Já casaste?" (como se toda a minha vida se resumisse a um casamento); "Estás em casa?" (mas o que é que isso lhe interessa?!; esta pergunta trazia água na boca porque o intuito era fazer circular a chamada pelo resto da família mas eu, que sou uma boa pessoa e quis poupar os meus manos e pais a tal suplício, disse que não.); "Então estás onde e com quem?" (hello! voltamos ao tempo da Inquisição, ou quê?) e outras perguntas muito (pouco) pertinentes se seguiram pelo que eu entrei em modo automático. Sim ou Não. Foram as minhas respostas e em breve o homem lá percebeu que aquela conversa não iria a lado nenhum.

Podem dizer-me que eles estão noutro país, gostam de saber TODAS as novidades. Gostam de saber tudo sobre todos- na minha terra a isso chama-se coscuvilhice. Sentem saudades mas, neste caso, saudades de quê?! Passo a explicar. Este meu familiar eu só o vi duas vezes durante os meus 24 anos. Portanto, é como se não o conhecesse. Nem empatia existiu das vezes que o vi. Logo, não é por ser da minha família que isso lhe dá o direito de querer saber tudo sobre mim.

Aliás, eu amo que me sufoquem com perguntas. Sejam feitas por familiares, amigos, seja quem for. E eu sou daquelas que quanto mais querem saber sobre mim, menos eu digo. Gosto de conversas que fluem, não de conversas estilo interrogatório.

Querido tio se leres isto, por favor, sente-te indignado à vontade. Tudo isto foi mesmo sobre ti.

*Coscuvilheiros, é a palavra mais correcta.

31/03/11

Uma vez na margem esquerda...


Sabe bem voltar a respirar estes ares. Sabe bem sentir o vosso aconchego. Sabe bem voltar a dar ao dedo.

Nem sabia destas minhas saudades até aqui chegar e receber de volta o vosso piscar de olhos.

Agora que aqui estou (no fundo nunca deixei de estar) será que posso pedir-vos mais uma coisita?

O que é que encontraram para além da ponte, na margem esquerda do quadro? Furem os limites das realidades- a do quadro e a vossa.

(Para quem foi apanhado desprevenido nesta pergunta pode sempre ler o seguinte texto "Migrar")

30/03/11

Migrar


Monet- A ponte japonesa

(Imaginem-se dentro deste quadro. Imaginem-se como estando no meu lugar porque enquanto escrevia este texto era dentro dele que estava.)

Este verde inundou a palma da minha mão. Dentro desse verde flutuei entre ir ou ficar. Eu queria sair da ponte, afastar-me decididamente dela, ir para a margem esquerda. No entanto, no meio daquele porto de abrigo, a ponte, eu permaneci.
Sobre aquela ponte um manto invisível permanecia. Era eu que ali estava, sob aquele manto que se erguia sob aquelas águas.
Via os nenúfares que se mexiam com o som do universo. Ouvia-os sussurrar conforme o balancear das águas. Algures entre os nenúfares, o verde, a ponte, o meu "eu", a(s) água(s) situava-se o desejo. A outra margem, a esquerda, queria-me e eu a ela. A margem direita já eu conhecia. A esquerda não.
Quando a este lugar cheguei, pela direita, observar a natureza era tudo o que queria. Agora que aqui permaneci algum tempo, quero mais. Quero ir à outra margem, fazer a passagem, atravessar a ponte e observá-la de longe até a perder de vista.
Porém, para lá do que vejo (do que vemos) o que estará? Poderei eu atravessar os limites do quadro para conhecer a outra margem? Bem, eu entrei no quadro pela margem direita... Acho que isto é resposta suficiente.

02/03/11

Hiato


Por estes dias fugi.

Tem dias em que se sente que por dentro já não nos corre tamanho fervor que minutos antes nos tinha feito saltar para o desconhecido. Tem dias em que não queremos arriscar porque o medo é maior. Outros dias existem em que não percebemos nada. Corroídos pela dúvida apenas pairamos à espera que tudo mude como que por magia. Impotentes nos sentimos.

Outros dias há em que uma força descomunal nos toma de assalto e parece que podemos conquistar o mundo apenas com um olhar. Sabemos que vamos conseguir alcançar tudo aquilo a que nos propusemos. Sabemos porque bem no fundo algo nos diz que sim. Sabemos que a conquista se tornará fácil porque a confiança é mais que muita.

Contudo, em muitos dias oscilamos. Oscilamos como uma folha seca ao vento. Oscilamos entre a dúvida e a certeza. O medo e a coragem. A força e a fraqueza.

E a vida é bem mais que isto. A vida, se fosse como eu a queria pintar, seria bem mais. Por enquanto faço uns pequenos rabiscos nela. Na esperança (vã ou não, só o tempo o dirá) de que um dia ela vire obra-prima.

É que ultimamente ela, a minha vida, é feita de interrupções. Boas e más. E o blogue não foi excepção à regra.

18/02/11

Falta de inspiração = letras de músicas = inspiração para sair


E ultimamente tenho andado com as antenas super-ligadas nestas letras de músicas. E vocês, fiéis escudeiros, têm que levar com a minha fixação, não é?

Vá. Admitam. Ao menos as letras até mexem com vocês, não? (Nada, nadinha, nicles?! oh...)

Pronto. Está bem. Mas levam com esta parte da letra na mesma.

Every second is a lifetime
And every minute more brings you closer to God
And you see nothing but the red lights
You let your body burn like never before.

And it feels better than love.
Yeah it feels better than love


E agora Fui (vou aproveitar a noite de sexta e sair. Oh yeah!)!

17/02/11

Em modo stand-by. Carrega no PLAY. O tempo não espera por ninguém (aliás, nem sei se ele existe).





Time waits for no one
So do you want to waste some time,
Oh, oh, tonight?
Don't be afraid of tomorrow
Just take my hand, I'll make it feel so much better tonight.

Suddenly my eyes are open
Everything comes into focus, oh
We are all illuminated,
Lights are shining on our faces,[blinding].

Swing me these sorrows
And try delusion for a while
It's such a beautiful life
You've got to lose inhibition -
Romance your ego for a while
Come on, give it a try.

Suddenly my eyes are open
Everything comes into focus, oh
We are all illuminated,
Lights are shining on our faces [blinding]
We are, we are blinded!
We are, we are blinded!

Suddenly my eyes are opened
Everything comes into focus, oh
We are all illuminated,
Lights are shining on our faces [blinding]
We are, we are blinded!
We are, we are blinded!

13/02/11

Apontamento I


Quanto à frase "recordar é viver" (daqui) é mentira para mim (verdade para alguns). Ninguém vive de recordações e quem o faz é masoquista. Ou isso, ou enlouqueceu de vez.

(Contudo, quem já não foi masoquista uma vez ou outra. Quem já não enlouqueceu uma vez ou duas. E não, não vou atirar a primeira pedra. Vou guardá-la no bolso juntamente com todas as outras que já tenho. Um dia logo decido o que fazer com elas.)

12/02/11

30 segundos bastaram


Ultimamente há uma banda que tem vindo a subir na minha lista de preferidos. Os 30 Seconds to Mars. Não sei se deve a isto:

(Jared Leto que é visualmente estimulante (lindo mesmo!) dá um empurrãozinho para gostar da banda e, ainda por cima, faz anos no mesmo dia que eu, 26 de Dezembro, mas isto não é suficiente)

Ou será por isto?


(Até agora o que ouvi deste novo álbum agradou-me e muito!)

Decididamente, é todo um conjunto de coisas que me fez apaixonar por esta banda. Adoro a "estranheza" de Jared Leto. A esquisitice dele é algo com que me identifico, no bom sentido claro. As músicas que nos fazem querer gritar a pulmões abertos, as letras poderosas e a força presente na voz e presença do cantor... Tudo contribui para que esta banda esteja agora nos píncaros da minha lista, e olhem que ela é longa.

E vocês, o que acham da banda?


10/02/11

A Quinta do Arco


Sei que desde o fim-de-semana passado já se passaram alguns dias e eu de tão zen de lá saí só agora me lembrei de vos dar a conhecer uma recém-descoberta-maravilha desta minha terra. Estive na quinta do arco (vejam as fotos). Dizer que é linda é pouco. Dizer que lá senti uma paz nunca antes sentida também é pouco. Aquilo é um cantinho do céu, é o que é!
Fui com pessoas fantásticas que partilham todos algo em comum. O yoga (sim, eu agora estou a tentar ser uma yogui!). Entre meditações, práticas de posturas, relaxamentos, risos, muitos risos, boa-disposição, boa comida, excelente companhia e natureza mágica viajei dentro de mim. Aprendi a ser mais eu. Reencontrei-me.

Se lá irei voltar? Certamente. O quanto antes. A Quinta para mim passou a ser um refúgio.

E vocês têm algum refúgio especial?

07/02/11

Em todos nós há sempre um lado negro que pode ser a nossa salvação ou destruição


Black Swan, o filme : medo, amor e ódio. Três pequenas palavras não o resumem mas ilustram os sentimentos dominantes no filme.

Pertubador, intenso, estranhamente real, doloroso de se sentir, fisicamente doloroso (o sangue, a pele, as feridas que parecem ser nossas), emocionante, elétrico, angustiante.

Em mim este filme revelou-se ser mais do que uma produção cinematográfica de grande valor e intemporal, revelou-se uma aprendizagem, um despertar de consciência. Para além da força das imagens, até grotescas por vezes, vi uma mensagem muito poderosa. A ânsia, o desejo de ser ou encontrar algo por vezes é tão grande que nos pode enlouquecer. Matar até. E eu quero acreditar que Nina não morre no final. Quero acreditar que o que morreu nela foi o medo. Só assim a transformação pode ser completa e divina. Quero acreditar que o cisne negro foi a sua salvação, não a sua destruição.

Sei que toda a blogosfera está cansada de ler e escrever sobre este filme mas também dei conta de que muitos não o entenderam totalmente. Sim, o filme é chocante, chocantemente real e disso, minha gente, não podemos fugir.Todo ele é a pura e crua realidade do mundo das emoções. Mexe com o nosso lado negro, agita os nossos medos, ódios e desejos mais recônditos e talvez seja por isso que tantos se neguem a entender o significado mais profundo deste filme.


01/02/11

Inspiração para hoje:


Porque podemos aliar sempre a moda e o conforto sem deixar de ter estilo. E, claro, sentirmo-nos lindas por dentro e por fora. A roupa perfeita para um dia frio e cinzento como o de hoje e o perfume mais-que-perfeito (lady million) para dar o toque final. Mais do que aparência aquilo que vestimos também revela o nosso estado de espírito. E hoje, ao final do dia, é assim que quero estar tanto por fora como por dentro- fantástica!

Everyday beautiful

30/01/11

Ora bem eis as Marias:



São aquelas Três estrelas que lá no meio pairam e que parte de uma constelação fazem, a de Orion. Quem mas apresentou ainda mais brilhante é. Quem mas apresentou gosta tanto da noite como eu. Sonha porque de sonhos é a vida feita. E contempla as estrelas como ninguém. O céu e essa pessoa, julgo eu, são um só.

Agora não saiam por aí lhes apontando o dedo. Olhem que crescem verrugas! Antes tentem fechar os olhos e peçam um desejo.


28/01/11

Acerca das Três Marias agora facilmente identificáveis quando as vejo


Elas são três. Ou mais, quem sabe. Imagino-as lindas, brilhantes, fortes e longíquas. São parte de algo superior. Quando as vejo lembro-me de ti. E gosto quando perguntas: "Onde estão as Três Marias?" E eu digo-te onde estão. E digo-te que elas não são simples Marias. São as Marias. Perenes e imutáveis na noite. Talvez sejam como nós. Talvez, celestiais, sejam mais do que nós. Talvez não estejam ao nosso alcance mas pedi-lhes um desejo. E isso fica entre mim e as Marias. Em ti fica a dúvida. "Qual foi o desejo?". Pois bem. Não digo.

Este post, por mais alienado que pareça, é dirigido a uma pessoa. Essa pessoa sabe quem é. E sabe quem são as Marias. E vocês sabem quem são as Três Marias?

19/01/11

O corpo deixa-se levar...

... e a cabeça autoriza.

Foi do sol, da relva, do mar, dos pescadores, da Nau que passou... Foi dos livros, foi das mensagens, foi do conto, foi dos risos e sorrisos, foi do cão que se aproximou, foi do novo olhar, foi da árvore que me abrigou... Foi por isto e por tudo mais que hoje estou tão relaxada. Mole é o termo mais correcto. Hoje vou dormir bem cedo logo a seguir ao banho de espuma... Ai que bom!

Mole como estou nem sei como consegui escrever tanta coisa... Ai os meus dedinhos que bem treinados que estão.

18/01/11

E por falar em música sexy...


... esta é sexy até dizer basta. Vou pô-la em replay.

Porquê?

Porque esta música mexe com todos os meus cordelinhos de marotice. E é marota que me sinto, muito. Mexe comigo, no bom (e sensual) sentido.

16/01/11

Por detrás dos balões há uma longa história


Os filmes da Pixar são sempre qualquer coisa de especial mas o Up superou todas as minhas expectativas. E a mensagem do filme é sublime, ótima para miúdos e graúdos porque é intemporal.

Quantos de vocês já viram o filme? Quantos não ficaram com vontade de pôr em prática a técnica dos balões e voar mundo fora... Não sei é se resultaria tão bem quanto no filme mas isso é outra história. O que conta é a intenção e eu, sabem, adoro balões (ou melhor, adoro tudo o que eles representam metaforicamente falando)!

15/01/11

Querem melhor...

...melhor que isto para entrar em estado zen?

Música que mexe os cordelinhos do coração.


14/01/11

As luzes da minha vida.


Existem pessoas que são feitas de luz. Entram na nossa vida e toda ela enche-se de luz. E ensinam-nos que não é preciso esperar pela luz no final do túnel porque ela, a luz, está em nós.

E a MINHA LUZ ainda brilha mais forte que antes.

Obrigada a todos os que deixaram um pouco da sua luz em mim. Hoje digo que continuarei a brilhar por mim e por todos vós que me inspiraram a ser sempre mais brilhante que ontem.

Obrigada Família. Obrigada a todos os meus amigos. C., F., L., M., E. Obrigada Essência (em breve aí irei e falaremos ainda mais!). Obrigada Marco (ainda que mal te conheça). Obrigada P. Obrigada A. e M.

No fundo, obrigada universo por teres posto estas pessoas na minha vida.

A todos dedico esta bela música.



E agora toca a ir para mais uma aula de yoga. Bora? Vamos lá.


13/01/11

Estamos sempre aprendendo...


... e nunca devemos nos arrepender de nada. Seja o que for. Seja de quem vier. Seja em que circunstâncias aconteceram. O bom e o mau têm apenas um propósito: ensinar. Não me arrependo de nada. Recomeço do zero. Ou quase, porque tudo o que para trás de zero ficou é a minha bagagem e isso é o que me faz ser mais eu hoje. Recomeço.

"(...)
Avec mes souvenirs,
j'ai allumé le feu.
Mes chagrins mes plaisirs,
je n'ai plus besoin d'eux.

Balayés mes amours,
avec leurs trémolos.
Balayés pour toujours
je repars à zéro..
(...)"




07/01/11

Em modo de explosão:


com MUSE!

Como é bom renascer. Explodir no bom sentido. Explodir de vida. A letra é plena, o som é tudo. Ambos explodem dentro de mim e deixam-me com uma força, energia e boa disposição fantásticas. O poder da mudança. E esta música é tudo. Tudo em mim que estava preso há muito.

Há que ouvir com o volume no máximo.

Oiçam e interiorizem tal como eu fiz.



06/01/11

Em 2011...


... vou dançar "la valse d`Amélie" em terras parisienses. E quem sabe por lá ficar a dançar ao som das minhas próprias batidas. Viver sonhos. Quebrar. VIVER porque lá a vida acontece mais intensamente. Sorrir muito. Ser mais que turista. Mais que emigrante. Ser parte integrante de um mundo só meu e de tantos outros também. Ser o que não fui até agora. Ser mais eu. SER porque o verbo "ser" é tão difícil de pronunciar quando o sentimos na nossa pele. Quebrar. Por lá viver Invernos, Primaveras, Verões e Outonos. Por lá mudar como o tempo e com o tempo. Por lá simplesmente Ser e Viver. Ser feliz e correr. Correr para O mundo que eu sei que é meu. Aquele que me arrebatará por fim. Aquele que me fará sentir emoções banais e mais que extraordinárias. Aquele que me fará olhar para o céu em jeito de abraço. Eu abraço este mundo. Vou existir em mim própria e em todos aqueles que me queiram bem. Vou respirar um novo ar. A mudança será mero acaso porque ela já começou. A mudança. Vou SER, vou VIVER, vou QUEBRAR. Tudo isso para continuar a ser feliz em mim própria.



01/01/11

Ao entrar em 2011 começo por...


... dar o primeiro trambolhão do ano*.

Bonito, bonito foi a rapidez com que me levantei porque os arranhões não contam para nada quando vamos dar um pé de dança com alguns daqueles que mais gostamos.

Espero que tenham tido um pouco mais de equilíbrio na vossa entrada em 2011. Quedas aparte, façam do vosso 2011 o mais inesquecível e fantástico até porque dizem que em 2012 o mundo acaba e este ano a crise diz que veio para ficar. Há quanto tempo já ouço falar em fins do mundo e crises. Tenho cá para mim que é melhor fazer-lhes um manguito.

Parece-me que 2011 é o ano dos manguitos. Ora aqui está uma bela conclusão.


*E (mais tarde) ouvir Chopin e Wladyslaw Szpilman. E ver o filme O pianista. Para aquecer a alma e esquecer que estou dorida da queda.