30/03/11

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Monet- A ponte japonesa

(Imaginem-se dentro deste quadro. Imaginem-se como estando no meu lugar porque enquanto escrevia este texto era dentro dele que estava.)

Este verde inundou a palma da minha mão. Dentro desse verde flutuei entre ir ou ficar. Eu queria sair da ponte, afastar-me decididamente dela, ir para a margem esquerda. No entanto, no meio daquele porto de abrigo, a ponte, eu permaneci.
Sobre aquela ponte um manto invisível permanecia. Era eu que ali estava, sob aquele manto que se erguia sob aquelas águas.
Via os nenúfares que se mexiam com o som do universo. Ouvia-os sussurrar conforme o balancear das águas. Algures entre os nenúfares, o verde, a ponte, o meu "eu", a(s) água(s) situava-se o desejo. A outra margem, a esquerda, queria-me e eu a ela. A margem direita já eu conhecia. A esquerda não.
Quando a este lugar cheguei, pela direita, observar a natureza era tudo o que queria. Agora que aqui permaneci algum tempo, quero mais. Quero ir à outra margem, fazer a passagem, atravessar a ponte e observá-la de longe até a perder de vista.
Porém, para lá do que vejo (do que vemos) o que estará? Poderei eu atravessar os limites do quadro para conhecer a outra margem? Bem, eu entrei no quadro pela margem direita... Acho que isto é resposta suficiente.

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Que lindo texto, adorei!! Adoro Monet, excelente local para meditar!! kiss

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  3. Escrita abstracta é um excelente escape para os nossos pensamentos. Gostei particularmente deste post. Fiz um assim nestes moldes recentemente...

    Beijinho-abracinho-miminho ;)

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  4. Eis um excelente regresso!!!
    a) flordocardo

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  5. Vejo q estás de volta e com força! Adorei o texto e.. se precisares de uma mão para ver o outro lado já sabes *

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  6. Adorei este texto! O que estará na margem esquerda?
    Está aquilo que nunca conseguimos ver, mas gostariamos, aquilo que nunca conseguimos sentir, mas ambicionamos, aquilo que nunca conseguimos alcançar mas sonhamos atingir.
    É tudo aquilo que não está na lista do conquistado, pois quando passa estar, também esse passa para a margem direia.
    Ao dizeres que entraste no quadro pela margem direita, suponho que essa represente a vida e a esquerda a morte.
    Nao sei... Podemos visualizar as coisas de várias formas :)
    Mais uma vez gostei bastante!

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  7. Coelha: Gostei muito da tua interpretação. De facto, cada um de nós vê e sente as coisas de maneira diferente. Visualisámos de forma diferente mas o objectivo é o mesmo: o de quebrar as barreiras da realidade e dar asas à imaginação. ;)

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