Era uma vez...

Era uma vez uma tartaruga voadora, ou melhor, um cágado que é o termo correcto. Este nome espelha na perfeição o bicho uma vez que se tirarmos o acento fica um adjectivo muito fiel ao que aquela criatura é.

Ora bem, chegou então à altura de limpar-lhe o aquário e surge um dilema. Onde pôr o bicharoco enquanto se limpava o aquário? Ele até parecia adormecido e era preciso dar-lhe algum ânimo. Vai daí que tal pô-lo no parapeito da janela? Dito e feito.

Com o sol convidativo que estava ele foi posto no parapeito para ver se saía da casca (note-se que o parapeito não tinha nenhum tipo de protecção e estava num 4º andar).

Depois de limpo o aquário é tempo de trazer o cágado de volta ao seu habitat muito pouco natural mas eis que tinha desaparecido. Aparentemente ganhou asas. Agora a pergunta que predominava era: "Será que teve uma aterragem suave?". Foi o que foram averiguar.

Coitado (ou coitada, até hoje ninguém sabe o sexo do dito cujo)! Tinha-se despenhado! Escarrapachado no jardim do rés do chão. Tinha efectuado o seu primeiro e último voo.

Moral da história: Mais vale ter um cágado na mão, que tê-lo a voar e a ter, muito provavelmente, um final infeliz.

P.S.- Esta é uma história verídica e se vos serve de consolo este foi o primeiro e último cágado que sofreu nas mãos deste dono. Foi assim uma má experiência para ambos, se bem que foi de longe pior para o protagonista da acção- o cágado. Ah, e não, não era eu a dona...